Clima organizacional: responsabilidade de quem?
O clima
organizacional vem crescendo como objeto de atenção
no ambiente corporativo no último século. Cada vez mais as empresas têm
percebido a influência desse fator nas rotinas empresariais.
Os primeiros estudos acerca do tema ocorreram por
volta da década de 1920. O pioneiro foi o psicólogo australiano Elton Mayo, que
conduziu o “Experimento de Hawthorne” e identificou que modificações no
ambiente de trabalho influenciavam o comportamento dos trabalhadores.
Porém, apenas em 1958 a expressão Clima Organizacional
foi utilizada pelo teórico norte-americano Chris Argyris, ao considerar a
necessidade de conhecer e investigar fatores individuais, tipos de
personalidade, valores, políticas, enfim, diferentes variáveis que contribuíam
para construir esse conceito.
Quer conhecer ainda mais sobre esse assunto? Então,
fique conosco e aproveite o conteúdo!
O que é clima organizacional?
Segmentando a expressão Clima Organizacional e
detendo-se na palavra “Clima”, não é possível dissociá-la do contexto
relacionado à meteorologia. Nesse âmbito, nos deparamos com o entendimento
segundo a Organização Mundial de
Meteorologia (WMO), de que o
“Clima” são os estados meteorológicos do tempo, que estabelecem a forma como o
meio ambiente de uma região se manifesta ao longo de determinado período do
ano.
O clima de uma região é definido a partir de uma série de fatores que se articulam. Entre eles:
- a distância em relação à linha do Equador;
- a pressão atmosférica;
- a vegetação;
- a altitude em relação ao nível do mar;
- a precipitação de chuvas;
- a temperatura.
Unir os termos “Clima” e “Organizacional” foi uma
construção adequada e bem-sucedida. Tanto no contexto meteorológico quanto no
organizacional, trata-se de um fenômeno com uma complexidade semelhante. A
palavra Clima é utilizada para definir algo amplo, vivo, que se modifica. Não
pode ser criado, já que resulta da relação entre diversos fatores. Porém, pode
ser compreendido e mensurado por seus indicadores, com uma ferramenta adequada.
Portanto, o clima organizacional se refere ao modo
como as pessoas da empresa se sentem e interagem entre elas, com clientes ou
elementos externos. O conceito está diretamente ligado a como o colaborador
percebe a organização e a sua cultura, além de como ele interpreta e
reage aos acontecimentos e elementos organizacionais.
Ele afeta a maneira como os profissionais se
relacionam uns com os outros e com a organização. A compreensão acerca da
relação de variáveis que constroem o clima organizacional é fator preponderante
para respondermos ao questionamento inicial deste post, que você verá no
próximo tópico.
O RH é responsável pelo clima organizacional?
Durante muito tempo, acreditava-se que a
responsabilidade pelo clima organizacional fosse atribuída ao RH. O motivo disso? Principalmente o fato de que era
esse setor quem se encarregava de propor as pesquisas
de clima organizacional, além de gerir
toda a organização do processo, analisar uma série de dados e, em algumas
situações, até desenhar os planos de ação para tentar trabalhar os resultados.
Porém, isso é o mesmo que atribuir às chuvas a
responsabilidade pelo clima de um lugar. É um equívoco. Afinal, as chuvas
influenciam, sim, o clima, mas não o determinam por completo.
Também é assim com o RH em relação ao clima
organizacional. O RH consegue, por meio de indicadores, identificar aspectos
que precisam de atenção e atuação, mas, sozinho, não consegue modificar o clima
organizacional. Delegar gestão do clima ao RH é uma forma de se
desresponsabilizar pelo processo, e um mecanismo de sabotagem do processo
organizacional.
Qual é o papel dos gestores no clima organizacional?
Entre as variáveis que compõem o clima, os gestores de
equipe se apresentam como uma das mais relevantes, principalmente pelo tempo de
exposição, tempo de relacionamento com o time. Muito da qualidade dessa relação é fator
preponderante para delinear os contornos do clima organizacional na equipe de
trabalho.
Portanto, não é difícil entendermos o quanto essa
relação pode tornar o clima organizacional favorável a resultados
extraordinários, ou não. O gestor precisa compreender a extensão da sua
influência para que, uma vez empoderado, possa planejar mudanças e alterar
elementos do clima organizacional.
É importante considerar que o gestor não pode ser
refém do processo, tendo que balizar suas atitudes exclusivamente por
resultados dessas pesquisas. Isso tornaria a empresa um ambiente melindroso
demais, voltado apenas para a satisfação da equipe e desequilibrado em relação
à necessidade de resultado, bem como à satisfação do cliente.
É preciso achar um equilíbrio entre medir e atuar
proativamente sem ficar refém de melindrosidades. Não se trata de construir um
clima organizacional que leve a equipe a uma zona de conforto “eterna”, mas de equilibrar
conforto emocional com estímulo para autodesenvolvimento e busca pelo resultado.
Sendo assim, o gestor precisa:
- se ver como um dos agentes principais do clima organizacional;
- perceber suas variações e o quanto isso influencia a performance da sua equipe;
- criar estratégias dinâmicas para mensurar o clima e manter o time engajado;
- medir a eficiência das ações tomadas para melhorar o clima organizacional;
- tomar decisões e ações rápidas para estimular um bom resultado interno;
- atuar como um propulsor do bom clima organizacional e como um exemplo a ser seguido;
- investir na integração e na colaboração entre os membros da equipe;
- estar atento ao que acontece nos corredores da empresa, corrigindo ruídos de comunicação.
O gestor será muito mais eficiente em relação aos
resultados da sua gestão se tiver uma ferramenta adequada que não se baseie em
opiniões parciais, mas em dados mensurados e quantificados com agilidade, e se
ele entender sua responsabilidade quanto a isso. Poderá tornar-se sujeito
influenciador dentro da organização em direção a resultados consistentes,
clientes satisfeitos, por meio de um clima de trabalho satisfatório e
realizador.
Como melhorar clima organizacional favorável?
Para poder trabalhar o clima organizacional na sua
empresa, é necessário, antes de tudo, conhecer quais as variáveis que impactam
na sua empresa. Cada empresa é única e por isso o clima organizacional será
diferente, mesmo para empresas do mesmo segmento. No entanto, separamos algumas
dicas gerais que podem auxiliar na sua empresa.
Investir no bem-estar dos colaboradores
Bem-estar é um conceito amplo e abrange muitos aspectos, como
equipamento adequado, ergonomia, garantia de saúde, relacionamentos de
qualidade, metas realistas, e assim por diante. Nem sempre sua empresa vai
conseguir atender a todos esses itens. Ainda assim, é importante que ela não
poupe esforços nesse sentido.
Algumas medidas interessantes são:
- investir em um ambiente de trabalho realmente agradável, bem iluminado e equipado;
- estimular a integração entre os membros da equipe;
- adotar um ambiente mais informal e com autonomia;
- promover a autoconfiança por meio de treinamentos;
- buscar convênios com academias, farmácias, estúdios de dança, espaços alternativos etc.;
- criar um espaço interno relaxante onde os funcionários possam fazer pequenas pausas durante sua jornada.
Dar feedbacks constantes
A comunicação assertiva é uma das chaves para a
eficiência de qualquer empresa, incluindo um bom clima organizacional. É
fundamental fornecer feedbacks constantes à sua equipe para que ela saiba como está
se saindo e, assim, melhore o seu desempenho.
Um bom líder consegue dar um feedback construtivo, em
que ele demonstra para o colaborador o que precisa ser melhorado e se dispõe a
ajudá-lo. Também é indicado estimular o próprio funcionário a sugerir soluções
para o ajuste da sua atuação na empresa.
O mais importante é que os feedbacks não sejam
voltados para aspectos pessoais da relação entre o líder e o liderado. Eles
sempre devem ser pautados em algum comportamento específico que possa ser
alterado.
Os feedbacks também são essenciais para que haja um alinhamento
entre as expectativas da empresa e as do colaborador. Muitas vezes, por falta
de clareza, o profissional não consegue atender ao que é esperado dele. Quando
você supera isso deixando claro o que precisa que ele faça, fica mais simples
solucionar essa questão.
Flexibilizar horários de trabalho, se possível
Horários de trabalho flexíveis podem beneficiar o
desempenho da organização e o seu clima. Se você não trabalha com base em
horários, mas sim em resultados, não há razão para determinar que os funcionários
estejam na empresa durante um horário fixo.
Quando a atividade da empresa permite essa
flexibilização, esse benefício pode aumentar a motivação da equipe. Afinal, é o que permite que as pessoas
estabeleçam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
Elas são valorizadas pelo que entregam, e não pelo tempo que passam em um
local.
Como você viu, o clima organizacional é pulsante e
vivo. Quanto mais rápido o gestor conhecer esse clima, melhor possibilidade de
ação ele terá. Via de regra o gestor acessa essa informação por meio de
conversas informais no corredor com pessoas da equipe, portanto com opiniões
parciais. Consequentemente a tomada de ação será parcial também, e não raro
ineficiente. É preciso mais que isso.
Tendo posse de uma ferramenta adequada que não se
baseie em opiniões parciais, mas em dados mensurados e quantificados com
agilidade; e entendendo sua responsabilidade quanto a isso, o gestor será muito
mais eficiente em relação aos resultados da sua gestão. Poderá tornar-se
sujeito influenciador dentro da organização em direção a resultados
consistentes, clientes satisfeitos, por meio de um clima de trabalho
satisfatório e realizador.
Se você gostou deste conteúdo, que tal saber mais
sobre como otimizar o clima organizacional da sua empresa? Entre em contato com a Pulses e veja como podemos ajudar!