O Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas convivendo com o transtorno, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por esse e outros motivos, falaremos aqui sobre a importância da saúde mental no ambiente de trabalho.
O Movimento Mente em Foco, iniciativa do Pacto Global Rede Brasil, divulga alguns dados alarmantes, e mostra que o momento é mais do que propício para que empresas passem a olhar com atenção para o lado emocional dos profissionais.
Você sabia que 50% dos executivos, de ambos os sexos, usam álcool regularmente? E mais: 26% deles têm insônia, 25% têm alterações das gorduras sanguíneas, 19% sofrem com hipertensão arterial e 16% desenvolvem gastrite.
Ninguém consegue ter bons rendimentos e ajudar a empresa a crescer diante de problemas de saúde. Vamos, então, incluir o tema na pauta com muitas informações e recomendações que a Pulses preparou neste conteúdo?
Sumário
Vivenciamos a era da hiperconectividade e do fomento constante de discussões sobre produtividade. São aspectos que favorecem o desenvolvimento de transtornos não só ligados à vida pessoal, mas também — e muito frequentemente — à vida profissional das pessoas.
Mais da metade dos trabalhadores (60%) indica o trabalho como causa de sentimentos como nervosismo, irritação, cansaço, tristeza ou falta de energia. O dado é da Associação Nacional de Medicina do Trabalho.
Os gestores tendem a ter mais facilidade para apresentarem esses problemas, sendo maioria entre os atendimentos de consultórios ligados à especialidade. Alguns aspectos são observados como motivos que aumentam as chances de doenças nesse âmbito, como:
O impacto vai além, e o efeito “bola de neve” faz com que isso venha a afetar a segurança psicológica de toda uma empresa, desestabilizando as equipes, muitas vezes, em sua totalidade.
Pesquisas apontam que somente 18% das organizações se preocupam em promover alguma ação de melhoria da saúde mental dos funcionários, e apenas 5% contam com a disponibilidade de um psicólogo para os colaboradores.
Isso segue na contramão do cenário em que se encontra o mercado. Levantamentos mostram que 20% dos funcionários ativos trabalham sob forte pressão emocional, o que pode trazer consequências físicas e psíquicas.
Os efeitos também podem ser notado na vida profissional. A queda na produtividade e as faltas recorrentes são fatores de grande influência para os resultados de qualquer negócio.
No Brasil, o estresse é um sintoma comum a 32% dos trabalhadores.
Para reverter esse quadro, políticas focadas no bem-estar corporativo do colaborador são imprescindíveis. É importante que o RH atue estrategicamente nesse sentido, mantendo como foco não só a saúde física, mas principalmente a mental.
A assistência emocional ainda é muito precária em todo o mundo. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) informa que os países gastam, em média, menos de 2% de seus orçamentos com essa especialidade médica.
O Dia da Saúde Mental surgiu justamente para disseminar a conscientização sobre essa questão. É uma data que já existe há algum tempo: relembrada todo dia 10 de outubro, foi criada em 1992 pela World Federation for Mental Health (Federação Mundial de Saúde Mental).
Mesmo com os avanços alcançados de lá até aqui — no âmbito corporativo houve, por exemplo, o reconhecimento da Síndrome de Burnout como “fenômeno ligado ao trabalho”, que passa a valer a partir de 2022 —, todas as estatísticas demonstram que ainda há muito a ser feito.
É por isso que o calendário se faz tão relevante. Destacar um assunto preocupante como esse tem como objetivo incentivar diretores e gestores das empresas a se manterem atentos sobre esse ponto.
E, claro, o melhor é sempre atuar de forma preventiva.
As lógicas de atuação profissional atuais — vale reforçar aqui as transformações da pandemia, como aceleração digital e trabalho remoto — são extremamente diferentes do que já foram um dia.
Novos perfis de mercado e de trabalhadores geraram a necessidade de análises multidisciplinares para a compreensão dessa nova estrutura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista os seguintes fatores de risco para a saúde psíquica no mundo corporativo:
Como consequência, é grande a probabilidade de impactar drasticamente na produtividade, não só individual, mas também do time. Os prejuízos se tornam ainda maiores quando os índices de engajamento e turnover são afetados.
A retenção de talentos pode ir por água abaixo, o que representa perdas irreparáveis para um grupo, derrubando os resultados.
Um levantamento realizado pela Kenoby (startup de recursos humanos), publicado pelo Valor Econômico, indicou que a falta de diálogo com a liderança é o principal fator entre as causas de danos psicológicos no trabalho.
Assédio moral e constrangimentos, ausências de feedback e metas difíceis de serem batidas vêm na sequência. Isso demonstra o grau de influência que o desenvolvimento constante do time de líderes pode ter.
Gestores preparados para conversas francas e, algumas vezes, difíceis, conseguem constatar insatisfações antes mesmo que elas venham a gerar problemas psicológicos.
Já comentamos neste artigo que agir preventivamente é a melhor opção, e vamos detalhar a seguir o que pode ser feito na prática para fortalecer sua gestão nesse sentido.
Porém, antes, uma dica valiosa: lembre-se que o êxito de qualquer estratégia depende da atuação conjunta entre RH e líderes! E que, em grande parte dos casos, os gestores são as pessoas mais sujeitas a fragilidades da saúde mental.
Três palavras são essenciais em se tratando de cuidados com a saúde psicológica no trabalho: proteção, promoção e enfrentamento. Ao se assegurar o amparo em todas essas frentes, é possível tanto se antecipar quanto agir em casos de necessidade.
Temos algumas sugestões que podem ser extremamente úteis para dar início ou ampliar as iniciativas focadas no bem-estar da equipe. Vamos conferir?
Converse com todos da empresa a fim de identificar aspectos de melhoria ou de saber se o nível de satisfação de todo o grupo está positivo nesse quesito. Planejar e aplicar pesquisas contínuas por pulso pode trazer inúmeras ideias e revelar a visão real sobre esse aspecto.
Referências são sempre bem-vindas, e você pode aprender muito com especialistas e líderes de outras organizações. Aliás, o time da Pulses, plataforma de gestão contínua de pessoas, tem uma grande bagagem e está à disposição para te ajudar!
Cada pessoa pode apresentar oportunidades e necessidades diferentes, e é preciso ter sensibilidade para detectar isso. Desenvolva conteúdos sobre ferramentas de apoio e indicações de assistência em caso de problemas.
Um ambiente mais seguro psicologicamente facilita a abertura ao diálogo e cria as condições muitas vezes esperadas pelos colaboradores para que as emoções sejam naturalmente compartilhadas.
Mantenha uma estratégia integrada e incentive discussões sobre saúde e bem-estar no trabalho durante os momentos coletivos da rotina corporativa.
Horários flexíveis, fomento a pausas, momentos de descanso e de lazer são necessários em qualquer dia a dia profissional. O contrário, porém, não deve ser visto como exemplo: pessoas que passam tempo excessivo em função das atividades da empresa devem ser alertadas.
A confiança é a chave para a existência de conversas sinceras e para o tratamento de problemas com seriedade. Questões de saúde mental precisam ser discutidas e acompanhadas como qualquer lesão física.
O monitoramento constante da cultura e do clima do seu negócio vão proporcionar essa clareza durante as trocas da equipe.
Você pode aperfeiçoar características internas, mas há ainda as influências de fora da empresa. A realidade não vai mudar e o mercado competitivo continuará exercendo pressão sobre todos os profissionais.
A melhor forma de enfrentar tudo isso e de abordar temas tão sérios e complexos como saúde mental é mantendo um discurso transparente. Mostrar que todas as pessoas da empresa estão sujeitas à mesma situação pode ser um ótimo e encorajador ponto de partida!
Um ambiente de trabalho constituído por profissionais mentalmente saudáveis tem uma excelente base para demonstrar ganhos ainda maiores quando a visão é ampliada para o grupo como um todo.
Através de um questionário aprofundado e desenvolvido com o propósito de analisar dimensões relacionadas a indicadores de confiabilidade e de respeito nas interações, dê o primeiro passo e saiba qual é, hoje, o nível de segurança psicológica da equipe.
Obrigado pelo seu feedback!
Através dele conseguiremos melhorar cada vez mais a sua experiência.