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Maternidade e trabalho: como as empresas podem evitar o turnover das profissionais que se tornam mães

Foto de Elizabeth Navas, especialista Pulses em People Science
Por Elizabeth Navas Sanches 8 min leitura

Entenda como apoiar profissionais com filhos e descubra como acabar com o preconceito em torno da maternidade

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas revelou que, após o período que se estende por até 24 meses após o retorno da licença-maternidade, quase metade das mulheres pede demissão do emprego. Esse é um dos dados que reforçam a necessidade de lideranças e profissionais de RH debaterem sobre maternidade e trabalho.

De que forma é possível alinhar as necessidades das mães trabalhadoras aos objetivos da empresa para evitar o turnover dessas profissionais?

Se essa é também a sua preocupação, confira a seguir quais problemas as mulheres enfrentam após se tornarem mães. Assim vai ficar mais fácil saber o que fazer para evitar que eles culminem no desligamento dessas colaboradoras.

Por que mulheres com filhos enfrentam mais problemas no trabalho?

Ainda de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a maior parte do rompimento do contrato de trabalho de mulheres que se tornaram mães ocorre sem justa causa. Na maioria das situações, o que ocorre é o pedido de demissão voluntária.

Esse fato acaba por aumentar a taxa de turnover das empresas e, consequentemente, gera mais custos ao negócio.

Quando a investigação se aprofunda um pouco mais, a fim de compreender melhor o perfil dessas trabalhadoras, constata-se que 51% apresenta nível baixo de escolaridade. 

Além disso, a pesquisa indicou que, no Brasil, mesmo com licença de 120 dias e expansão de creches, a quantidade de mulheres que se afastam do mercado de trabalho ainda é grande. 

Grupo de pessoas diversas uma ao lado da outra em referência a diversidade e inclusão nas empresas

Imagem de uma pessoa grávida com a mão na barriga, sentada em frente a um notebook, representando a maternidade e trabalho

Esses dados trazem à tona uma série de fatores internos e externos que não devem ser ignorados pelas empresas. Os mais comuns são:

Preconceito ao longo da jornada do colaborador

Existe uma falsa ideia de que mulheres que decidem ser mães podem prejudicar a produtividade de um negócio. O preconceito se inicia no recrutamento e acaba permeando todas as etapas da jornada do colaborador.

Nesse caso, estar grávida ou ter filhos em idade escolar, por exemplo, tende a ser um fator de exclusão, mesmo que a profissional apresente todas as qualificações necessárias para ocupar o cargo.

Não é incomum ouvir relatos de mulheres que, durante uma entrevista de emprego, são questionadas, por exemplo, a respeito da idade dos filhos, com quem eles ficariam se ficassem doentes, se vão à escola, entre outras perguntas.

Quando a mulher já faz parte da equipe, por mais equivocado que seja esse imaginário, existe a falsa ideia de que ela usará esse período de estabilidade para faltar desenfreadamente ou executar suas tarefas sem o devido comprometimento.

Isso sem contar que algumas empresas pressionam as profissionais para não ter filhos, com a promessa de que podem se destacar no trabalho e ocupar melhores cargos, reforçando o imaginário de que filhos e carreira não são compatíveis.

Estagnação profissional

Mesmo quando a mulher não pede demissão ou não é desligada, ela corre o risco de não evoluir profissionalmente dentro da empresa. Quando ela retorna da licença-maternidade, pode ser recebida com a redução de suas responsabilidades.

Isso tende a gerar um quadro de frustração, sobretudo para quem dá o melhor de si para atender às expectativas da empresa e ser reconhecida pelo empenho em fazer com que sejam obtidos os melhores resultados.

Cobranças incoerentes

Outro problema enfrentado na relação maternidade e trabalho é a falta de empatia, que se revela em uma série de pressões e cobranças que desconsideram a nova rotina dessas mulheres.

Horas extras, cobranças além do esperado e imposição de metas abusivas são alguns dos exemplos de desafios enfrentados pelas mães. O grande problema é que elas acabam desenvolvendo uma sensação de fracasso.

Isso reforça ainda mais o imaginário de que é impossível ter uma carreira de sucesso quando se tem filhos. Geralmente, essa rede de frustrações desencadeia uma série de efeitos, como você verá no tópico a seguir.

Qual a consequência dos problemas na relação entre maternidade e trabalho?

Os desafios da maternidade e trabalho geram efeitos colaterais que podem impactar diretamente na trajetória da profissional a médio e longo prazo, o que pode trazer dúvidas em relação à sua competência. Veja quais são esses efeitos:

Dificuldade de recolocação profissional

Com tanta pressão, a mulher que deseja ser mãe tende a escolher entre dois caminhos:  adiar a maternidade ou abrir mão da carreira profissional por algum tempo, até que os filhos cresçam e se tornem menos dependentes.

Na segunda situação, quando ela sente que é hora de retornar ao trabalho, pode se deparar com uma série de dificuldades Um deles é o salário inferior, em comparação ao que recebia da gestação. 

Cargos de liderança são mais difíceis de se conseguir, sobretudo por conta dos demais problemas apresentados nos tópicos anteriores.

Não é à toa que algumas mulheres se veem obrigadas a mudar completamente de profissão para se adequar ao novo ambiente a elas imposto.

Problemas físicos emocionais

O preconceito e a pressão sobre a colaboradora que se torna mãe tendem a causar insegurança, sensação de fracasso e problemas com autoestima. Além disso, o desequilíbrio emocional pode se transformar em burnout, ansiedade e depressão.

Segundo estudo realizado pela Universidade Baylor, gestantes que sofrem pressão no trabalho podem entrar em trabalho de parto prematuro, aumentar a frequência de consultas com o obstetra e desenvolver depressão pós-parto. 

Desistência da maternidade

A decisão de ter ou não filhos deve partir única e exclusivamente da colaboradora. No entanto, as empresas podem exercer influência na decisão. 

Muitas vezes, a mulher foca em sua vida profissional em detrimento dos desejos pessoais pelo medo de perder o emprego ou de não conseguir se recolocar no mercado de trabalho após o nascimento dos filhos.

Como conciliar maternidade e trabalho não é pauta em muitas empresas, a desistência acaba sendo a saída.

Insegurança e baixa autoestima

Mesmo quem não desiste de apostar na maternidade e na profissão, sofre os efeitos desse cenário.  Muitas mulheres acabam se sentindo inseguras profissionalmente, o que pode interferir na própria percepção a respeito do seu valor para a empresa.

É comum ver mulheres que evitam falar de seus filhos no ambiente de trabalho por medo, por exemplo, dos seus líderes culparem a maternidade caso algum problema aconteça e de serem desligadas.

Qual é o papel das empresas para lidar com maternidade e trabalho?

É preciso desconstruir a ideia de que maternidade e mercado de trabalho no Brasil  são duas coisas antagônicas. 

Mulheres com filhos contribuem positivamente para o sucesso da organização de diferentes maneiras.

Elas podem desenvolver novas habilidades relacionadas à atenção, foco, criatividade, gestão de tempo, entre outros elementos que decorrem da rotina materna. 

Além disso, podem proporcionar uma visão única desta experiência, trazendo inovação para o negócio através de soluções que considerem a realidade das mães.

Afinal, elas também fazem parte da sociedade e consomem produtos das mais diversas empresas. Assim, é preciso que as organizações estejam atentas a esse público.

É preciso criar um ambiente inclusivo para as mães

Para acolher as colaboradoras que são mães, empresas dos mais variados nichos podem focar na tomada de medidas que visam dar todo suporte, desde o planejamento gestacional, licença maternidade e retorno ao trabalho. 

É preciso criar um ambiente inclusivo que contemple os seguintes elementos:

  • Não tolerância a atitudes preconceituosas;
  • Sensibilizar as outras pessoas colaboradoras e lideranças da empresa sobre o assunto;
  • Fazer valer os direitos da colaboradora;
  • Investir em medidas de bem-estar, como horários flexíveis, alimentação com base nas necessidades nutricionais da gestante, atividade física, entre outras;
  • Oferecer suporte psicológico como medida preventiva da depressão pós-parto;
  • Garantir que a amamentação no trabalho ocorra com todo conforto que mãe e bebê precisam;
  • Definir, junto com a mulher, um cronograma de trabalho ao longo da gestação, de modo que ela desempenhe sua função sem ser subestimada.

Lembre-se também de que trabalhar o bem-estar emocional dos colaboradores é fundamental para a criação de um ambiente saudável e produtivo. Isso interfere positivamente nas relações de respeito, sobretudo com as mães.

A Pulses, em parceria com a Vittude Corporate, criou um guia com 24 recomendações para trabalhar o bem-estar emocional na empresa.

Baixe gratuitamente e veja como essas ações podem te ajudar a melhorar o contexto de maternidade e trabalho da sua empresa.

Ilustração em banner do eBook "24 recomendações de ações para trabalhar o bem-estar emocional na sua empresa", contribuindo para o tema maternidade e trabalho

Elizabeth Navas Sanches Elizabeth Navas é Cofounder, especialista em People Science da Pulses. Psicóloga, doutora em Engenharia de Produção, Mestre em Administração, pós-graduada em Administração de RH e Avaliação Institucional. Experiência em consultoria focada em coaching, treinamento e desenvolvimento, diagnósticos organizacionais e Mentoring . Atuou por 13 anos na área de RH e 22 anos como Professora de graduação e Mestrado. linkedin.com/in/elizabeth-navas-sanches-16618272/

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