Acompanhar movimentos de transformação e a demanda do mercado por inovação exige a busca constante por conhecimento. O conceito de lifelong learning é essencial para atingir esses objetivos.
Você se considera adepta ou adepto dessa prática?
Podemos adiantar que o fato de você se dedicar a procurar e ler conteúdos como este faz com que você seja, sim, um lifelong learner! Então, vamos desbravar o assunto neste artigo e descobrir por que essa é uma prática tão relevante para gestores e equipes.
Entenda como incorporar uma mentalidade de capacitação contínua, preparar o time para superar desafios e manter a empresa em uma posição de destaque em um cenário tão competitivo!
Se partirmos da tradução, o termo lifelong learning quer dizer “formação continuada”. E aí você pode questionar: ele indica que não devemos parar de estudar e que, de uma graduação, temos que partir para outros degraus de uma formação acadêmica?
Não necessariamente.
A organização Lifelong Learning Council (LLCQ), na Austrália, define o conceito como uma aprendizagem ao longo da vida, flexível, diversa e disponível, para além da escolaridade tradicional.
Lifelong learning se refere a pessoas e empresas que estão sempre dispostas a aprender algo novo, independente do método usado para isso.
Mesmo porque, em qualquer área, seria muito limitante acreditarmos que alguns anos ou graduações de ensino superior seriam o suficiente para ensinar tudo o que é possível aprender.
Educar-se continuamente, para quem aposta nessa interpretação sobre aprendizagem, não está condicionado a estruturas formais de conhecimento.
É possível adquirir saberes ao:
A diversidade de meios é um dos atributos primordiais do conceito!
Mais do que a necessidade de um diploma, muitas companhias e gestores têm valorizado o aprendizado constante.
Estimular esse tipo de iniciativa pode contribuir para que cada integrante da equipe reconheça seu propósito de vida. Sem contar que o aprimoramento é uma das formas de assegurar a relevância profissional no meio corporativo.
Os sete elementos que garantem um ciclo de lifelong learning são:
Fonte: McKinsey
Esses marcos são sugeridos pelo livro “Learn or Lose”, de Nick van Dam, professor da Universidade Nyenrode Business.
Vale explicar que o termo Ikigai, citado em uma das etapas do ciclo, é japonês e quer dizer “razão de ser”. Propõe o entendimento de todos os elementos da vida, como carreira, hobbies, relacionamentos e espiritualidade, em prol da satisfação pessoal.
Em poucos anos, o ambiente de negócios atravessou muitas transformações. Surgem, a todo tempo, novas metodologias, tecnologias mais avançadas e diversas funções que não existiam em questão de cinco ou dez anos atrás.
É por isso que uma cultura orientada por lifelong learning é um diferencial! Afinal, as vivências apresentam situações diversas (muitas vezes novas) frente ao que foi aprendido em salas de aula.
A realidade exige continuidade, o oposto do que é sugerido por uma educação formal com começo, meio e fim. Aprender tem que ser tão dinâmico quanto as novidades do mercado.
A teoria sobre práticas de aprendizado contínuo se baseia na proposição de Jacques Lucien Jean Delors, um político e economista francês considerado um pensador da educação.
Ele descreve, em quatro pilares, o que sustenta o mindset sobre a necessidade de conhecimento ao longo da vida de um ser humano. O conteúdo foi publicado no relatório “Educação: um tesouro a descobrir” (em inglês, “Learning: the treasure within”).
São quatro vias que não podem ser compreendidas de forma dissociada, pois a finalidade é uma formação holística do indivíduo.
A gestão de Recursos Humanos pode trabalhar informações para demonstrar o valor disso no dia a dia. Direcionar a cultura organizacional nesse sentido é uma excelente aposta!
Conheça os quatro pilares a seguir:
Pode ser difícil para um profissional com anos de experiência em um mercado ou função admitir que tenha algo a aprender, ou que possa vir a fazer determinada atividade de um jeito diferente.
Por isso, algo precisa despertar o interesse dos colaboradores! Delors defende que compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento devem ser reconhecidos como atos prazerosos.
Assim, a curiosidade, a autonomia e a atenção permanente ganham espaço para pensar o novo, refazer o velho e reinventar o pensar. É preciso aprender a aprender!
Adquirir uma competência profissional é apenas uma parte do processo. De forma mais ampla, lidar com situações diversas e trabalhar em equipe envolve outras questões.
Delors explica que as experiências sociais e laborais interferem na formação das pessoas, e este é um saber que pode ser buscado informal — com a própria convivência — ou formalmente — em cursos e treinamentos.
A pandemia exemplificou muito bem o quanto as mudanças tendem a refletir nas relações interpessoais.
As pessoas tiveram que se adaptar a situações de trabalho à distância, desenvolvendo habilidades com o uso de ferramentas (softwares para videoconferências, por exemplo) nem sempre tão usuais.
Novos aprendizados também interferem no convívio e no comportamento das equipes. Neste pilar, Delors contextualiza a compreensão do outro e a valorização da interdependência com respeito ao pluralismo. Dessa forma, aprendemos a viver juntos e a gerir conflitos.
Autonomia e responsabilidade pessoal são termos que exercem grande presença neste pilar.
Delors recomenda que a educação deve considerar o potencial integral de uma pessoa, o que inclui sua memória, raciocínio, senso estético, capacidades físicas e habilidades de comunicação.
A integralidade de todos os aspectos resultam no que o indivíduo aprende para exercer a função de ser.
Nunca é cedo ou tarde para buscar conhecer algo novo! Essa é a única regra.
A educação continuada e auto-orientada é resultado de uma combinação de ações que podem ser praticadas por qualquer pessoa disposta a se desenvolver.
A lista abaixo pode ajudar a inspirar esse comportamento com algumas das atitudes para potencializar o aprendizado contínuo:
É importante mencionar que não é só o desenvolvimento profissional, mas também a evolução pessoal que marcam o que é lifelong learning.
A educação continuada é vantajosa para o profissional e para o ambiente corporativo. Quando o RH insere essa diretriz junto à composição da cultura organizacional, incentiva-se um movimento coletivo de inovação e de melhoria contínua.
Além de criar uma atmosfera condizente com fatores que impulsionam o engajamento e o employee experience dos funcionários, isso insere a corporação em uma conduta compatível com a adaptação exigida pelo mercado.
O surgimento cada vez mais frequente de recursos tecnológicos aliado a forças sociais, econômicas, ambientais e políticas exercem modificações dinâmicas que precisam ser acompanhadas pelas empresas.
Há quem arrisque palpites acerca do futuro dos negócios, como uma previsão anunciada pela organização Institute for the Future. Um estudo estimou que 85% dos trabalhos que existirão em 2030 ainda não foram criados.
O levantamento considerou a participação de 3800 líderes de médias e grandes corporações em 17 países, incluindo o Brasil. 56% dos entrevistados afirmaram que as escolas devem ensinar como aprender, e não o que aprender.
Isso porque acredita-se que nem todas as profissões serão novas, mas sim que muitas funções serão reformuladas.
Neste contexto, lifelong learners conseguirão acompanhar mais facilmente as adaptações necessárias.
Não basta apenas entender o que é lifelong learning. Precisamos saber como aplicar isso na prática!
É claro que a proatividade conta muito e, como vimos, os colaboradores têm que exercer a auto responsabilidade pelo seu aprendizado. Mas o desenvolvimento de lideranças e colaboradores pode ser impulsionado, em grande parte, por ações do RH.
O RH estratégico tem exatamente essa função.
Com o alinhamento junto à diretoria sobre os objetivos do negócio e dados de pesquisa de clima e engajamento contínuas realizadas com os colaboradores, é possível fornecer aos líderes os instrumentos necessários para direcionar o progresso de soft e hard skills.
A empresa pode ser uma facilitadora com parcerias, benefícios e programas internos de treinamento e capacitação. A Kraft-Heinz, por exemplo, criou uma plataforma online de educação chamada “Ownerversity”.
Isso dispensou a necessidade de espaços físicos para educação e possibilitou o acesso dos funcionários a qualquer hora, de qualquer lugar. Os conteúdos reúnem materiais de fornecedores externos — como Linkedin Learning e Harvard Business Review — e discussões em grupo.
Gerir implica em medir continuamente os resultados das ações com a leitura de indicadores.
Só assim será possível acompanhar a produtividade e o aprimoramento dos times. É quando entram em cena ferramentas como o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), que auxilia líderes e liderados a darem continuidade aos seus avanços na carreira.
Foi pensando na importância da educação e aprendizado que a Pulses criou um espaço com cursos gratuitos e atualizados, ministrados pelos nossos especialistas.
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