O layoff é uma medida que pode ser necessária para empresas em momentos de crise ou recessão econômica, como uma forma de reduzir custos e garantir a sustentabilidade do negócio.
Trata-se de uma prática antiga usada pelas empresas, mas, recentemente tem sido pauta no mercado devido às demissões em massa de big techs. Em muitos casos, o desligamento acontece de modo pouco humanizado, através de e-mails, por exemplo.
Uma demissão gera ansiedade, estresse e incertezas em relação ao futuro. Por isso, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem humanizada no processo de desligamento, garantindo o respeito aos direitos e à dignidade dos colaboradores que serão afetados.
Se você deseja conhecer quais estratégias o RH pode adotar para tornar esse processo mais justo e transparente, este conteúdo é para você! Continue a leitura e entenda melhor sobre como a empresa pode se posicionar melhor nestas situações.
Essa prática acontece em momentos em que a empresa não tem estrutura financeira para sustentar os pagamentos de salários e manter as atividades normalmente. Isso pode ser influenciado por diversas situações internas e externas.
No geral, quando os layoffs são frequentes e viram notícias nos jornais, é possível apontar o cenário econômico e as incertezas do mercado como um motivo. Atualmente, alguns pontos que influenciam as demissões são:
Layoff é uma medida em que a empresa suspende ou interrompe o contrato de trabalho dos funcionários, temporariamente, com o objetivo de reduzir custos em momentos de crise financeira ou de baixa demanda por produtos ou serviços.
Apesar de estarem associados, layoffs e demissões em massa não são o mesmo. Isso porque o primeiro pode ter diferentes aplicações, sem necessariamente resultar no desligamento do colaborador.
Nesse sentido, durante o período de layoff, pode haver um afastamento por um período determinado com redução de jornada e salário, por exemplo. O intuito é justamente evitar as demissões enquanto a empresa reestrutura suas finanças para retomar a normalidade.
Os layoffs podem acontecer de duas formas diferentes:
A suspensão foi legalizada no Brasil através da medida provisória 2.164-41 que complementa a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nesse formato, o colaborador tem o contrato suspenso para participação de curso ou programa de qualificação profissional por 2 a 5 meses.
O pagamento ao colaborador fica a cargo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e é imprescindível haver concordância formal do empregado. Além disso, os benefícios devem ser mantidos no período de suspensão.
Outra possibilidade envolve reduzir a carga horária e o salário dos colaboradores por um período determinado. Nesse caso, a redução de salário pode chegar a 25%, com aplicação em até 3 meses.
Independentemente do tipo adotado, é importante que a empresa se comunique de forma clara e transparente com todos os profissionais, explicando as razões da medida e os direitos e benefícios a que eles terão direito durante o período de afastamento.
Porque influencia diretamente no futuro da empresa, mas principalmente porque o colaborador merece ser tratado com respeito e dignidade.
Em primeiro lugar, uma demissão pode ser um momento muito difícil para o profissional que está sendo desligado gerando sentimentos de fracasso, insegurança e desamparo. Assim, cabe à empresa tornar o processo mais empático e justo possível.
Ao humanizar o processo de demissão, a empresa demonstra que valoriza seus colaboradores e se preocupa com seu bem-estar, mesmo em momentos difíceis. Isso pode ajudar a manter a confiança e o respeito dos colaboradores, bem como a reputação da empresa no mercado.
Por outro lado, a humanização dos encerramentos pode impactar positivamente o clima organizacional. Afinal, mostra que a empresa não está negligenciando a experiência do colaborador, o que fortalece a cultura e os valores da organização.
Também é importante destacar que se o colaborador desligado não teve uma boa experiência durante toda a sua jornada (desde a contratação), não é apenas realizando uma demissão humanizada que esse problema será resolvido.
Offboarding: o que é, boas práticas e quais as etapas para implementar na empresa?
Com o aumento dos trabalhos remotos após a pandemia, é comum ouvir relatos de demissões que acontecem via e-mail ou até mensagem de WhatsApp. Algumas empresas organizam reuniões coletivas online para demissões em massa, o que não é nada respeitoso.
Nesses casos, é importante que o layoff seja comunicado por videochamada com a presença do RH e do gestor da área. Caso necessário, uma reunião coletiva pode ser feita para comunicar o momento da empresa e avisar sobre os desligamentos, mas o aviso deve ser individual.
Isso porque é imprescindível explicar o motivo da saída e garantir uma conversa acolhedora e transparente. O colaborador também deve ser informado sobre os próximos passos com o que precisa ser feito e quais as medidas de apoio da empresa.
O RH pode atuar para ajudar o colaborador a se reintegrar no mercado de trabalho, seja oferecendo ajuda para montar currículos competitivos, recomendando-os a parceiros e fornecedores e prestando o apoio emocional necessário.
Mesmo de forma remota, é possível fazer uma demissão justa e humanizada, sem desrespeitar o profissional. Valorizar a contribuição do colaborador para a empresa, assim como destacar os pontos positivos do contrato pode ser muito bem recebido na conversa.
Agora que já compreendemos mais sobre esse conceito e suas aplicações, é hora de pensar na prática um passo a passo para melhorar o processo. Acompanhe a seguir.
O primeiro passo é realizar uma preparação adequada antes do desligamento. Isso inclui a revisão da documentação legal e trabalhista, a definição dos prazos e procedimentos a serem seguidos e a identificação das possíveis consequências e impactos da demissão.
Caso a empresa pretenda fazer um layoff com suspensão de salário, por exemplo, é imprescindível se ater à legislação e conhecer as regras para aplicação. Isso evita conflitos e problemas judiciais e garante que a empresa está seguindo a norma.
Também é válido ter um plano a respeito de todo o processo, definindo a comunicação a ser estabelecida e antecipando as principais dúvidas que podem surgir dos colaboradores desligados ou daqueles que permanecem.
O segundo passo é realizar a comunicação do desligamento, sempre com cuidado para uma conversa empática e transparente. Para isso, ter um contato aberto com os gestores pode facilitar em tornar o processo mais acolhedor.
Além disso, é importante que essa comunicação seja feita de forma individual, garantindo que o colaborador seja informado de todos os detalhes do processo e tenha espaço para fazer perguntas e esclarecer dúvidas.
Não permita que o colaborador saia sem receber um retorno adequado sobre sua performance no trabalho. Fale sobre seu desempenho na empresa, destacando seus pontos fortes. Isso pode ajudar a reduzir a sensação de rejeição e dar um sentido de valorização ao trabalho realizado.
Em seguida, explique como a empresa pretende ajudar a partir de agora.
Uma organização que se preocupa com o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores, precisa fazer isso em todas as etapas, mesmo em uma demissão. Portanto, garante que haja estratégias para suporte emocional com orientações ou ajuda psicológica.
O desligamento pode ser um momento extremamente difícil e desafiador, por isso, a empresa deve abrir espaço para acolher e ajudar da melhor forma possível.
Não se esqueça de informar o colaborador sobre seus direitos e benefícios durante o processo de desligamento. Isso inclui o pagamento de férias proporcionais, décimo terceiro salário, saldo de salário, entre outros.
Por fim, é importante realizar um acompanhamento dos colaboradores desligados após o processo, verificando se eles estão conseguindo se recolocar no mercado de trabalho e oferecendo suporte adicional, se necessário.
Dar sugestões, recomendações e apontar iniciativas que ajudem na realocação dos profissionais são algumas possibilidades interessantes para ajudar no processo e evitar que o colaborador fique desamparado.
Como vimos, a humanização é fundamental em empresas que se preocupam com seus trabalhadores e querem colocar em prática seus valores. Para continuar se aprofundando no assunto, confira o conteúdo sobre o que é e como o RH deve ajudar na recolocação profissional.