Qualquer empresa, independente das características, tem diretrizes que regem suas tomadas de decisão e estratégias. E, para tratarmos de um assunto tão importante para o negócio, preparamos um guia completo sobre cultura organizacional para você.
O tema é extenso e suficiente para muitos artigos como esse, mas selecionamos o essencial para otimizar seu tempo e proporcionar ótimos insights ao seu time de RH. Confira!
Esse é um conceito de grande influência quando uma empresa quer conquistar e manter bons resultados. Ou seja, sempre! Para entendermos o significado do termo, reunimos as visões de alguns dos autores mais citados por estudos dessa área.
Primeiro, Schein e Hatch. Eles descrevem 4 elementos como formadores da cultura de uma empresa:
Schein | Hatch |
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Em complemento a eles, outros autores introduziram a visão da influência externa ao ambiente empresarial.
Homburg e Pflesser propuseram analisar a relação entre cultura e resultados da organização mediante as tendências de mercado; Allaire e Firsirotu escreveram sobre a atuação de valores e normas sociais como pontos a serem considerados.
Em resumo, a cultura de uma empresa é formada pela união de dinâmicas internas e externas de um negócio. Elas se combinam, resultando em impactos nos colaboradores que, por sua vez, geram comportamentos (conhecidos como sintomas) e modelam a essência da empresa.
A interação mostrada na figura acima ? entre pessoas, crenças e estrutura da empresa ? é orgânica, passível de mudanças e dependente de constante fortalecimento para conservar suas características. O que isso representa no dia a dia da empresa? É o que veremos a seguir.
A identidade de uma marca é determinante para direcionar os passos dos colaboradores em um negócio, além das ações estratégicas do RH e das lideranças. Só se tem clareza do caminho a ser seguido quando a cultura é bem difundida entre a equipe.
Isso garante o alinhamento de todos os times em prol de um mesmo propósito e de objetivos que se complementam. A cultura é protagonista no processo de evolução corporativa, pois é a única maneira de integrar diferentes pessoas em um convívio diário e de gerar engajamento.
Ela também é a chave para mudanças de ambiente e objetivos competitivos da empresa. É o que permite passar de um regime controlador para relações de trabalho com mais autonomia e vice-versa. Tudo está sujeito às exigências momentâneas de cada negócio.
E mais: tudo está sujeito também às circunstâncias do mercado. Temos o exemplo da rápida difusão do regime home office durante a pandemia, uma configuração nova que surpreendeu muitas empresas e que impôs o paradigma de como manter uma cultura fortalecida à distância.
Veja também: Cultura, Clima, Engajamento e Performance: como manter tudo isso à distância?
Uma série de entrevistas realizadas pela Harvard Business Review com diferentes líderes e ex-líderes de grandes empresas ? como General Motors, Ford, Ecolab e Novartis ? apresentou histórias de sucesso viabilizadas pela mudança cultural das marcas.
Destacamos aqui o caso da Ecolab, quando Doug Baker assumiu como CEO em 2004. Com a meta de triplicar a receita da empresa com um portfólio mais variado de produtos, os desafios eram:
Baker apostou em treinamentos internos para vencer esses obstáculos e se sentir mais convicto para delegar mais as tarefas. Deu aumentos e outros tipos de recompensa em reconhecimento à dedicação de alguns colaboradores.
Além disso, incentivou cada vez mais aqueles que trabalhavam em contato com os clientes e conversou com gestores para incentivá-los a repassar práticas de liderança aos colaboradores com melhor performance.
Foi assim que, algum tempo depois, constituiu-se uma cultura de autonomia na Ecolab. O que liberou tempo dos líderes para atuações mais estratégicas e gerou valor para as demais funções.
E você, conseguiria responder imediatamente quais são os atributos principais da cultura da sua empresa?
A cultura é algo vivo, e o cofundador e Head of People Success da Pulses, Renato Navas, propõe um framework no vídeo abaixo para te ajudar a fazer um balanço das estruturas e dos comportamentos que podem ser observados na sua organização:
Ficou mais fácil visualizar qual é o “jeito de ser” da sua empresa, certo? Agora, para sermos ainda mais precisos nessa avaliação, vamos conhecer os tipos de cultura que podem ser implementadas em uma organização.
Existem várias formas de estudar a cultura de uma empresa e uma delas, segundo o autor Adalberto Chiavenato, é classificando as empresas em duas categorias: conservadora e adaptativa. Vejam:
O que vale é encontrar o que se encaixa melhor à realidade da organização. Não há certo ou errado, e muitas vezes equilibrar pontos de cada um desses perfis pode ser uma boa sugestão.
Em complemento a essas perspectivas, é importante compreender os tipos de cultura:
Vamos a alguns nomes de empresas que podem inspirar ações para melhorar a cultura do seu negócio? Google e Netflix são muito comuns quando buscamos exemplos de culturas fortes. Então, escolhemos duas empresas diferentes para ampliarmos nosso campo de ideias.
Conhecida pelo atendimento de ponta e pela atenção à tecnologia, a Toyota transformou o momento da pandemia em um acelerador para transformações visando o futuro da empresa. Depois de ouvir mais de quatro mil colaboradores, a empresa fez um diagnóstico das fortalezas e dos pontos com necessidade de atenção.
O resultado foi a criação de uma equipe de agentes de mudança, adoção de novas tecnologias de comunicação, reforço do papel das lideranças, formação de grupos de trabalho para assuntos como inovação e ações-piloto, como a adoção de home office.
Isso motivou o foco em mobilidade e sustentabilidade (com menos carros circulando nas ruas, por exemplo, já que grande parte dos colaboradores atua remotamente). Além disso, a empresa anunciou a Woven City, uma nova cidade no Japão onde mais de 2 mil pessoas poderão experimentar “a vida do futuro”.
Outras iniciativas seguindo as mesmas diretrizes também estão em curso e comprovam a influência de fatores externos sobre a essência da empresa, além de um movimento reverso que impulsionou novidades a partir da transformação interna da Toyota.
No Brasil, uma das maiores referências é a Magazine Luiza. Como a maior parte dos exemplos citados atualmente é de startups, a marca varejista representa um caso interessante a ser observado.
Para Luiza Helena Trajano, a cultura não está no papel e sim na prática. O segredo seria então profissionalizar o negócio com governança clara, explícita, sem perder a alma. É preciso vencer o desafio de alavancar o negócio sem perder a cultura do dono.
Com um modelo horizontal de gestão, quebrando o paradigma de estruturas departamentais (muito comuns no varejo), a empresa segue se adaptando às novas tendências e demandas sociais (como é o caso da diversidade nas equipes).
Com mais de 60 anos de mercado, foi citada pela Forbes como uma das organizações mais inovadoras do País.
Contar com uma cultura organizacional forte, depende de muita atenção e de ações constantes. Períodos de crescimento pedem muita cautela, principalmente para a implantação de iniciativas escaláveis, capazes de preservar a comunicação e a clareza das ideias de quem está no comando.
Deve-se, também, conhecer a fundo o que caracteriza a cultura do seu negócio. Só assim será possível identificar o que deve ser feito para torná-la mais forte. Um bom passo para isso é compreender a diferença entre clima, engajamento e motivação.
Para isso, queremos te indicar o episódio 4 do podcast Melhores Líderes, da Pulses. Assim, você confere o que mais nossos especialistas têm a dizer sobre o tema. Clica abaixo e aproveita!