É inegável que ainda é a força de trabalho humana a responsável pelas operações de uma empresa. É por isso que se considera cada vez mais o capital humano o principal recurso das organizações.
Atualmente, existe até um selo que reconhece as corporações que ouvem continuamente seus colaboradores, promovem ações para proporcionar melhores experiências no ambiente de trabalho e fortalecer a marca empregadora. Criado pela Pulses, o Selo People First já foi conquistado por aproximadamente 50 empresas brasileiras que não medem esforços para valorizar as pessoas.
O conhecimento adquirido por cada profissional em seus anos de estudo formal e informal, e na execução diária de suas funções é algo que as organizações não querem perder, pois assim estariam perdendo seu capital humano.
Portanto, entender o conceito, as características, a forma de medi-lo, desenvolvê-lo e valorizá-lo é o que é preciso para potencializar a geração de negócios. Vamos lá!
Para conceituar o que é o capital humano, vamos usar como exemplo a Netflix, empresa cuja cultura é exemplo para a grande maioria das organizações.
O que a Netflix mais valoriza é “trabalhar com pessoas talentosas para manter a criatividade e a produtividade sempre em alta. É por isso que o ponto central da nossa filosofia é: pessoas estão acima de processos e é por isso que tentamos reunir profissionais incríveis em um time dos sonhos?.
De forma simples, então, o capital humano são as pessoas e os talentos e habilidades que elas possuem. A gigante do streaming soube incorporar muito bem o conceito em sua cultura. Ela entende que as habilidades e a reputação de seus colaboradores é o que gera crescimento.
Por isso, a empresa diz que faz ?questão de trabalhar bem a base para formar pessoas que serão craques no futuro?.
Acredita-se que há uma diferença entre o capital humano e o intelectual, mas, na verdade, essa diferença não existe.
O capital intelectual se subdivide em três tipos de capital ? e um deles é o capital humano:
De todos esses, o capital humano é o de maior diferencial para as empresas, de acordo com os autores Franciele Teresa Petry e Walmir Guntzel, da Faculdades Integradas de Taquara – Faccat (RS). ?Qualquer empresa pode ter capital de clientes e capital estrutural iguais, porém o capital humano não, pois cada pessoa possui um conhecimento diferente de outra?, escrevem.
Outro estudioso sobre o tema, Thomas Davenport, afirma em seu livro O capital humano: o que é e por que as pessoas investem nele, que os quatro elementos do capital humano são:
Em suma, o que distingue o capital humano dos demais tipos de capital é a sua constituição. Ele é formado por conhecimento, aptidão, habilidades, etc., e aumenta proporcionalmente à aquisição de novos saberes e o desenvolvimento de novas competências, e oferece um retorno quase imediato.
A célebre história do guru dos investimentos, Warren Buffett, é um exemplo. Quando jovem, o investidor tinha medo de falar em público. Para resolver isso, inscreveu-se em um curso de oratória. Com a nova habilidade, Buffett não só vendeu ações como se tornou uma das pessoas do mundo dos negócios que todos querem e param para ouvir.
O que Warren Buffett fez foi focar em ampliar suas experiências, habilidades, relacionamentos e capacidade de inovação. Toda organização que deseja crescer deve fazer o mesmo por seus colaboradores, por algumas razões:
Usando mais uma vez o exemplo da Netflix, vendo a posição que a empresa ocupa no mercado de streaming e sabendo que a organização prioriza as pessoas, fica fácil entender que competitividade e lucratividade não são conseguidas somente pelos processos.
A história da empresa e sua cultura organizacional também comprovam o quanto a inovação, a tecnologia, a comunicação, a estratégia e o conhecimento dependem do capital humano para render todo o seu potencial.
Quando as pessoas se sentem motivadas, colocam todo seu esforço e energia em ajudar a empresa a atingir seus resultados. Para o futuro das organizações, contar com colaboradores sempre dispostos a colaborar significa alcançar maior desempenho na curva de crescimento. Portanto, o capital humano é uma das principais ? senão a principal ? fonte do sucesso.
No ranking da pesquisa Carreira dos Sonhos, feita pela Cia de Talentos, o Google é a empresa em que as pessoas mais desejam trabalhar. É o oitavo ano seguido que a multinacional americana aparece em primeiro lugar.
Um dos principais motivos para o Google ser a escolha da maioria dos entrevistados é a reputação da marca. É amplamente difundido o quanto a empresa permite que todos aprendam em áreas novas e de seu interesse, e o quanto valorizam competências não tradicionais. Isso transformou a multinacional em objeto de desejo.
A dúvida, agora, é: como avaliar a contribuição do capital humano para o resultado da empresa? Uma forma de fazer isso é por meio do Balanced ScoreCard – BSC (Painel ponderado de Desempenho).
David Norton e Robert Kaplan o desenvolveram para tornar possível acompanhar o cumprimento das ações definidas no planejamento estratégico.
Com o BSC, então, as empresas passaram a contar com uma metodologia para saber como estão evoluindo:
É uma forma de estruturar as iniciativas da empresa para favorecer o crescimento profissional e, ao mesmo tempo, indicar para as pessoas o que a organização valoriza e onde quer chegar.
O BSC pode ser usado por qualquer tipo de empresa. Geralmente, a implantação é feita pelo RH, por ser a área com maior responsabilidade sobre a gestão do capital humano.
Mas o time de Recursos Humanos não faz nada sozinho. É preciso haver o envolvimento das lideranças de todas as áreas para que a aplicação do BSC traga em retorno novos comportamentos e inovações.
A empresa precisa ser intencional no desenvolvimento do capital humano. Principalmente porque o Brasil ocupa a nona posição entre os países em que há falta de mão de obra qualificada, de acordo com um estudo da consultoria de recursos humanos ManpowerGroup.
No país, 81% das empresas que participaram da pesquisa disseram enfrentar dificuldade para encontrar profissionais com a qualificação necessária.
“Mão de obra qualificada não é só formação e execução de atividade, mas comportamentos e habilidades humanas que podem fazer a diferença”, afirmou a diretora de gestão estratégica de pessoas no ManpowerGroup, Wilma Dal Col, em entrevista à CNN Brasil.
Conforme Wilma, o que as organizações podem fazer para mudar essa realidade é oferecer incentivos para os profissionais aperfeiçoarem suas habilidades. Os entrevistados disseram também que as mais importantes são:
Possibilitar às pessoas aprendizagem contínua para expandir suas experiências, competências, habilidades e seus conhecimentos é uma das formas de fazer com que se sintam valorizadas. Outras são:
Quando o colaborador percebe que a empresa confia nele, retorna essa confiança na forma de resultados. É por isso que o Nubank, por exemplo, é tão admirado pelas pessoas.
Na empresa, quem faz parte da equipe de atendimento tem liberdade para enviar sempre que quiser um presente para alguém em nome do banco. ?É um reflexo daquilo que a gente vive todos os dias, em todas as áreas da empresa?, diz no blog.
Mostrar que a empresa está realmente comprometida com o futuro profissional dos seus colaboradores e incentivá-los a se desafiar para ir além, e obter novas conquistas, é algo que atrai e engaja os novos e os atuais talentos.
Não se preocupar em precisar sair da empresa para crescer permite às pessoas focar mais no trabalho e se preocupar menos com o futuro. Um exemplo para se inspirar é o do Itaú Unibanco. A empresa é a melhor para desenvolvimento de carreira, segundo o ranking Top Companies de 2022, divulgado pelo LinkedIn.
“Os funcionários não deixam más companhias – eles deixam, na realidade, os chefes ruins?, diz o presidente da consultoria internacional Axialent, Timothy Altaffer. Por isso é tão importante desenvolver as lideranças para que sirvam de modelo e guia.
Isso forma um ciclo virtuoso: bons líderes geram motivação para a realização de um bom trabalho que, por sua vez, aumenta os resultados. No fim, a sensação de colaboração e dever comprido alimenta ainda mais a motivação.
Os benefícios são uma forma de as pessoas perceberem o valor que possuem para a empresa. Assim, é importante diversificá-los, não se atendo apenas ao que determina a legislação trabalhista. Isso muitas vezes é visto como obrigação.
Agora, oferecer reembolso para funcionários que desejam se submeter a um tratamento de fertilização, como a MercadoLivre faz, vai além do esperado e demonstra o respeito da empresa às questões relevantes de seus colaboradores.
Mas antes de tudo, saber o que os colaboradores querem é o que mais pode ajudar a definir como desenvolver o capital humano e fazer as pessoas sentirem-se valorizadas. Entenda como a Pulses pode auxiliar a sua empresa nessa coleta de dados.