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Antifrágil: por que aplicar o conceito na gestão de pessoas

Foto de Renato Navas, Especialista Pulses em People Sucess
Por Renato Navas 10 min leitura

Entenda o conceito de antifragilidade e saiba como ele pode ser útil na área de recursos humanos da sua empresa

E se, em vez de prevenir crises, conflitos e situações inesperadas, você experimentasse uma nova possibilidade de encarar os desafios corporativos com o comportamento antifrágil?

Esse termo ganhou espaço entre gestores de RH e times de liderança, e sugere uma mudança de postura que pode criar oportunidades na rotina das empresas.

O conceito acompanha a volatilidade de um mercado que atravessa rápidas transformações, e pode ser um fortalecedor frente aos problemas.

Mulher pensativa com um notebook em referência à lideres se questionando como se desenvolverem

Parece confuso?

Então, prossiga com a leitura para entender melhor essa perspectiva de gestão de pessoas e avalie o quanto seria viável aplicá-la ao seu negócio.  

O conceito de Antifrágil 

Seja no trabalho ou na vida pessoal, sempre estamos sujeitos a enfrentar adversidades. São ocasiões que não esperamos e não conhecemos. Diante disso, ser antifrágil significa passar por esse tipo de circunstância e tirar proveito por meio de aprendizados. 

Ou seja: a antifragilidade corresponde à compreensão sobre a existência de conflitos e episódios desfavoráveis, com potencial de provocar um indivíduo a seguir em frente. 

Ela se manifesta quando uma pessoa aprecia a aleatoriedade, a incerteza e os erros, beneficiando-se de tudo isso. Consequentemente, a lógica é a de que essas dificuldades podem impulsionar uma série de avanços. 

A palavra antifrágil não existe no dicionário, e foi proposta por Nassim Nicholas Taleb como o antônimo de frágil. O matemático, ensaísta, autor, estatístico e analista de riscos, é um nome de referência no mercado financeiro mundial. 

O lançamento da obra ?Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”, considerada um bestseller, marcou a difusão do conceito.

Imagem de silhueta de um amigo tentar puxar seu outro amigo sobre o penhasco da montanha, representando a gestão de pessoas antifrágil

O livro Antifrágil, de Nassim Taleb

A obra foi resultado de divagações do autor em um livro anterior, “A Lógica do Cisne Negro”. Nele, Taleb aborda a recorrência de fatos inesperados e nomeia as situações imponderáveis como “Cisne Negro”. 

É uma introdução à ideia de antifragilidade. 

O termo foi escolhido para fazer um comparativo às aparições dessa ave na Austrália, no século XVII, e incorpora características como:

  • imprevisibilidade;
  • resultados expressivos (gerados pela aparição dos cisnes, que causavam surpresa);
  • procura por maneiras de prever e explicar o fenômeno. 

Com a sequência em ?Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”, o autor sugere que, de certa forma, a desordem e o recusado têm chances de se reverterem em fatos positivos

Pela densidade, o conteúdo se divide em sete livros menores e utiliza exemplos antigos para explicar o quanto a antifragilidade foi importante para a evolução do homem até o mundo contemporâneo. 

Diferença entre resiliência e antifragilidade

Taleb coloca a palavra “resiliência” em um mesmo grupo, junto a “forte” e “inquebrável”.  Ele faz isso para explicar o porquê de não ter definido nenhuma delas como o oposto de frágil. 

Para o autor, as três se referem a situações neutras e robustas. Isso quer dizer que, mesmo atravessando acontecimentos infelizes, essas características fariam com que algo ou alguém permanecesse o mesmo. 

Falando especificamente da resiliência, que deriva do mundo da física, é um atributo que se refere à capacidade de retomar o estado normal depois de uma deformação ou pressão externa. Portanto, não expressa a antifragilidade. 

Vale, então, completarmos essa explicação com as definições:

Frágil: o que se danifica ou estraga sob pressão externa

Ilustração de duas pessoas em conflito, representando o conceito de frágil

Antifrágil: aquele que supera situações inesperadas, mudanças e pressão com aprendizado e crescimento

Ilustração de duas pessoas trabalhando, apesar de conflitos, representando a gestão antifrágil

Por que a antifragilidade é uma tendência nas empresas?

Para Renato Navas, CEO da Pulses, o cenário moderno é composto por fatores que tornam perfis como o antifrágil mais adaptável. 

Estamos imersas e imersos em transformações conduzidas por novas gerações, diversidade, trabalho remoto, inclusão e muitos outros acontecimentos simultâneos. 

A gente não pode tratar a realidade híbrida ou a atual com as mesmas premissas e expectativas que tínhamos ou usávamos no mundo offline. Mas podemos aproveitar esse momento de caos, de muita ansiedade e muita incerteza — no aqui e no agora, porque é o que existe — para transformar essa realidade em algo completamente novo.” Renato Navas ? CEO Pulses

A pandemia é um excelente exemplo de uma reviravolta a nível global. De acordo com a McKinsey, quatro macrotendências estão impactando as regras de gestão já conhecidas:

  • a interconectividade global;
  • automação sem precedentes;
  • mecanismos livres de mercado com custos de transação mais baixos;
  • mudanças demográficas.

Nenhum dos tópicos acima é novidade, mas a aceleração desses processos cobrou mais agilidade e atenção com a estrutura organizacional

Ter consciência sobre a existência de fatores externos e encarar esse novo cenário com naturalidade foi a melhor solução. Os modelos emergentes são criativos, adaptáveis e antifrágeis, segundo a análise da McKinsey. 

Duas mulheres sorrindo e olhando para um tablet em referência à gestores de pessoas

Gestão antifrágil de pessoas: como este conceito é aplicado no RH

As ações do RH refletem em toda a companhia e representam um espelho sobre os comportamentos e traços de cultura organizacional que se pretende cultivar na empresa. 

O RH Ágil é um perfil compatível com a gestão antifrágil. O ritmo desse modelo para tomadas de decisão e adaptabilidade estão bem próximos do que a antifragilidade propõe. 

Portanto, em se tratando de como aplicar esse modelo de gestão, alinhar o discurso às práticas de rotina é o primeiro passo. Em rituais de gestão e no desenvolvimento das lideranças, por exemplo, deve-se trabalhar a mentalidade baseada em fatores como:

  • não rejeitar, e sim aceitar imprevistos;
  • entender a realidade como ela é, e não como se imagina que ela seria;
  • estimular-se com os desafios. 

Se a metodologia ágil ou a antifragilidade ainda estão distantes, vá com calma! Essa é uma das recomendações do conceito antifrágil. 

É importante mudar aos poucos

A estratégia Barbell, sugerida por Taleb no livro sobre antifragilidade, é uma oportunidade para definir planos de ação no RH. Ela consiste em definir uma margem de risco para evitar rompimentos e prejuízos.

Funciona assim: 10% de um planejamento pode se arriscar com medidas extremamente incertas, enquanto 90% permanece focado em iniciativas seguras e garantidas.

É uma forma de proteger-se de cenários negativos, permitindo-se fazer experimentações sem grandes impactos. 

Um exemplo simples pode ilustrar isso: como gestor, você pode imaginar que a melhor saída seja mudar completamente o programa de benefícios da empresa. Porém, em vez de fazer isso de forma radical, o melhor é experimentar pequenas alterações durante um período.

Depois de perceber uma reação positiva dos colaboradores, é chegada a hora de anunciar um movimento maior. 

Recorrer a uma boa base de dados pode ajudar muito nesse contexto. Independente do modelo de gestão, ser data driven é essencial.

Com comparativos e relatórios sobre as impressões da equipe e as informações necessárias, pode-se articular tudo isso com mais cautela.  

Quando os riscos são menores, podemos nos permitir mais ousadia e antifragilidade!

Como desenvolver a liderança antifrágil na sua empresa

Incluir o mindset da antifragilidade na empresa depende de uma análise dos processos, de aspectos da cultura e do clima organizacional, do futuro do negócio e do desenvolvimento do time de liderança.

A Pulses tem algumas recomendações que podem ajudar o RH a preparar líderes antifrágeis. Confira na sequência!

 Repensar planos de carreira

Com o dinamismo das profissões e o surgimento de atividades que exigem novas habilidades, é preciso rever cargos e funções. Manter planos de carreira faz sentido?

Pode ser que, para determinadas áreas, sim. Contudo, olhar sob a perspectiva antifrágil para os caminhos possíveis dentro de uma corporação elimina qualquer tipo de padrão. Não há como encaixar os times em moldes, e as ascensões devem ser analisadas caso a caso

Incluir o pensamento antifrágil nos processos seletivos

Contratar líderes ou colaboradores somente pelo currículo pode ser um equívoco. Já durante a seleção, é necessário compreender se o candidato lida bem com mudanças e se gosta de encarar desafios

Conscientizar o profissional desde o processo seletivo ajuda a fortalecer a antifragilidade na equipe. 

Praticar o feedback

Dar um retorno rápido sobre as entregas e atitudes do dia a dia é outro fator que deve fazer parte da gestão antifrágil. Os líderes não devem apenas estimular essa prática, como também estarem dispostos a dar e receber feedbacks.

Avaliações de desempenho anuais não se enquadram neste estilo. Priorize o retorno rápido e frequente na rotina corporativa. 

Errar é humano!

Os líderes e as equipes não podem temer o erro. E isso vale, principalmente, para os gestores. Por serem figuras de referência, qualquer falha deles parece ter maior projeção. 

Esse tipo de equívoco precisa ser revertido, afinal, a liderança é mais uma função dentro de uma empresa. Isso não elimina a possibilidade de errar, e a antifragilidade ensina: o que vale é identificar o erro, lidar com ele, evoluir, corrigir e aprender. 

Gerenciamento de riscos 

Capacitar o time de gestão para contornar riscos e gerir crises é outro ponto importante. E, aqui, a informação vale ouro!

Líderes preparados estão condicionados ao fortalecimento emocional, a treinamentos práticos e a uma boa base de dados sobre as equipes. 

A incerteza sempre vai existir e é a principal força motriz da antifragilidade, mas, ao se deparar com ela, os profissionais agirão com mais segurança se tiverem conhecimento acerca do clima e da cultura organizacional como orientação.  

Fique de olho nos indicadores

Os dados a que nos referimos no tópico acima são indispensáveis para acompanhar o engajamento e satisfação dos colaboradores quando a empresa busca uma adaptação para a gestão antifrágil.

Aliás, sendo ou não antifrágil, a gestão atual precisa ser People Analytics antes de qualquer outra decisão. E, certamente, se a antifragilidade fizer sentido para o seu negócio, esse direcionamento vai ajudar, e muito, nesse processo!

Então, pratique uma gestão estratégica desde já! Confira um apanhado imperdível sobre o assunto, com framework, vídeo-aula e infográfico: 

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Ilustração em banner do Kit "Guia de People Analytics", para contribuir na gestão de pessoas antifrágil

Mulher com os braços cruzados sorrindo confiantemente enquanto olha para frente
Renato Navas Renato Navas é Cofounder e Head de People Success da Pulses. Psicólogo, pós-graduado em Administração, especialista em Leitura e Manejo de Grupos, Executive Coaching & Leadership Mentoring, Análise Transacional e Team Coaching. Experiência de mais de 15 anos em programas de desenvolvimento de liderança e de RH. Professor de pós-graduação em Gestão de Pessoas.  linkedin.com/in/renato-navas-27888016/

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